A autora inicia o livro apresentando o porquê de ele existir. Logo nas primeiras linhas, nos aproximamos das crises de pânico que a autora vivencia, causadas, muitas vezes, pelo medo de avião. É como se no chão abrisse uma espécie de ralo e eu começasse a rodopiar antes de sumir no buraco (BERNARDI, 2016, p. 7).
Portanto, se você é uma pessoa ansiosa e que lida constantemente com fobias e crises de pânico, certamente se identificará com as crônicas. Mas se esse não for o seu caso, a leitura também é válida, uma vez que nos leva a ter empatia pela narradora e, assim, compreendermos melhor os seus medos.
A verdade é que não lembro de existir sem estar passando meio mal, com a pressão meio baixa, hipoglicemia, o coração meio dispardo, tudo meio rodando, a estabilidade do ar sempre demorando a voltar qualquer que fosse o movimento. E muito enjoo (BERNARDI, 2016, p. 36).
Dentre as crônicas, a que eu mais gostei foi O primeiro Rivotril e o resto todo, na qual ela narra com mais detalhes o seu pavor de avião, bem como um relacionamento cujo protagonista do casal foi o medicamento e confere a sentença: sempre achava que ele me fazia muito bem e que eu era muito plena e feliz e calma com ele. Mas eu estava drograda: achei que era amor e era Rivotril (BERNARDI, 2016, p. 43).
De uma forma leve e bem humorada, mergulhamos no universo da autora. Suas crônicas são leves e bem humoradas, o que contribuem para amenizar um assunto tão denso quanto a ansiedade e sua presença em nosso cotidiano.
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